quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Saída "covardona" ou encarar

Assisti em várias parcelas e terminei essa tarde o filme A Escolha de Sofia. Vencedor de vários prêmios, entre eles o de melhor atriz para Meryl Streep como Sofia Zawistowski, a atriz implorou de joelhos para o diretor deixá-la participar da obra. O livro tinha sido um sucesso e agora iria ser filmado.

Filme intenso com temas fortes (Holocausto, Nazismo, Guerra) com mais de duas horas e vinte minutos de duração não é uma fita que prende facilmente se a pessoa não estiver interessada nesse tipo de drama.

O motivo de eu estar falando de uma obra cinematográfica de 1982 é simples: O tema que o filme aborda é atual. Venho ouvindo muitos sofrimentos de pessoas e sei que muitos, se não enfrentaram, talvez enfrentarão também a dor, uns num grau menor seja as perdas, as tristezas...

No filme existem oscilações, hora sofrimento, hora alívio, mas o primeiro com certeza é maior. Quando o auxílio chega parece que o preço é caro demais e a conta vem na sequencia. 

Sofia conhece uma pessoa que a salva de uma situação dramática e logo depois a pede em troca escolhas difíceis, doações complicadas, como por exemplo o namorado que se compadece de Sofia, a livra da morte, se envolve com ela, mas ele é um viciado em drogas, suplica, indiretamente, compreensão em troca, como se ela fosse obrigada a esquecer-se de si mesma para viver a vida dele. O pior de tudo é que parece que ela aceita essa condição. "Vou amenizar sua solidão, mas vou lhe dar minha insanidade que exigirá de ti dedicação total". 

Pessoas que se sentem culpadas parecem estar sempre condicionadas a aceitar tudo de ruim que os outros oferecem.

A medida que a vida/filme vai se revelando e a esperança de que algo melhorará, o "fator ser humano", tanto para o bem quanto para o mal; egoísmo, frieza, mentira, ou sensibilidade, doação e percepção entram em cena e surpresas boas e ruins ocorrem a partir daí.

Ser obrigado, no caso de Sofia, a escolher qual dos dois filhos deverá viver e o outro morrer não é uma decisão fácil a ser tomada.

Nossos dramas talvez não sejam tão complicados como o do filme, mas lembro de algo que me disseram uma vez: "Sei muito bem do meu sofrimento. Não quero superestimá-lo e nem menosprezá-lo. Quero aprender." No meio de um furacão conseguir manter essa sanidade é um desafio que poucos conseguem.

Terapia não é [só] para os loucos

Existem momentos que a força diminui e o risco constante de fazer coisas erradas achando que está acertando é grande. Para isso há profissionais nesse sentido que ajudam a olhar a situação como um todo. Conseguir ampliar a visão é uma grande vantagem. 

Escolher não ficar lamentando a torto e a direito a própria dor para todo mundo e escondê-la de quem tem a solução pode acabar em grande prejuízo, o contrário é um desafio que quando abraçado pode dar qualidade de vida.

Reynaldo Gianecchini faz terapia para aprender a dizer não
Renata Dominguez faz terapia para se desprender de personagens
Katy Perry começou a fazer terapia depois que se divorciou de Russel Brand

Todos possuem um potencial. Há pessoas que morrem sem terem aproveitado 10% daquilo que deveria ter feito e sido na vida devido problemas adquiridos no caminho. Estava indo bem e de repente entrou uma espécie de freio em sua jornada que a impediu de evoluir. Um acontecimento inesperado fez a vida diminuir a produtividade.

Há uma verdade que deve ser dita, existem pessoas que tem o dom de animar e estimular outras pessoas, algumas possuem diploma para executar atos inspiradores e a elas da-se o nome de professor, psicólogo, terapeuta, líder... Existem também os amigos, a qual servem como agentes catalisadores que marcam a vida do ser humano interessado em quebrar seu próprio limite.

Para quem não teme se abrir para esses especialistas em desfazer nó (e não se importam deles serem desconhecidos), vá em frente, busque-os, valerá a pena. 

Ao invés de uma saída covarde, encare!

Desejo escolhas pensadas, estudadas e bem avaliadas aos meus leitores. Lembrem-se, não baseiem suas decisões em mágoas apenas. Pensem na revolução do grão de mostarda.

Boa semana a todos.

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